A ou há?


Primeiro vamos entender os dois termos. Quando o termo "há" estiver no sentido de existir e/ou indicando tempo decorrido, ele será um verbo impessoal, assim como o verbo fazer. Já "a" pode ser um artigo feminino, um pronome ou uma preposição dependendo do seu uso.

Exemplos:

Há muito tempo não faço um prato especial.
Faz muito tempo que não faço um prato especial.

A minha mãe me ensinou a fazer um prato especial.

Portanto, nas expressões que indicam tempo, sempre usamos "há". NÃO usamos o verbo haver quando a sua conjugação não der o sentido de existir ou de tempo decorrido.

Exemplos:

Confirmamos com o policial rodoviário que daqui a pouco estaremos chegando.
Estamos a meia hora da cidade.

Muito importante: agora que você aprendeu,vai mais uma dica:  NÃO use "há muitos anos atrás", "há cinco anos atrás", "há dez anos atrás eu pesava bem menos", pois é redundante, pleonasmo puro. Não precisa usar o advérbio "atrás", uma vez que o verbo haver, nestes casos, estará sempre no sentido de tempo decorrido.

Gostou?

A meu ver ou ao meu ver?

Ambas são expressões que tem o sentido de conforme penso, na minha opinião ou conceito.


Diferente do idioma inglês, cuja regra extingue o uso do artigo the antes de nomes próprios e/ou pronomes possessivos (que indicam posse), no português o seu uso antes de possessivos é facultativo, embora alguns gramáticos apontem para um só modo, a meu ver. Mas o respeitoso e competente gramático Evanildo Bechara (2009, p. 153) ressalta que, no português, quando se tem a presença do artigo junto ao possessivo adnominal, o uso desse torna-se redundante, " o meu livro".


Se -a = preposição, -ao = preposição + artigo definido masculino ou preposição + pronome demonstrativo, conclui-se que a presença ou ausência do artigo depende do substantivo que o procede ou repudie.  Exemplos: O Ministério da Saúde declarou guerra ao tabagismo. A nossa intenção é ajudar aos pobres. Nas expressões a meu ver ou ao meu ver, o uso é indiferente, por ausência de uma regra gramatical específica.


Isso, a meu ver, é hipocrisia.

Ao meu ver, nenhum voto deveria ser nulo.



BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2009.

Análise de erros ortográficos

Os erros ortográficos na maioria das vezes são justificados por questões fonéticas e fonológicas. Há uma explicação para cada fenômeno, o que garante melhor ensino-aprendizado da ortografia. 


Confira o meu artigo publicado na revista eletrônica e-hum do Centro Universitário de Belo Horizonte - UNIBH