Você que é de Letras ou apaixonado(a) pela linguística, já deve estar familiarizado com a semântica [s.f. (Ling.) Estudo do significado das palavras] (Academia brasileira de letras. 2. ed. 2008, p. 1169). Já o termo anáfora [s.f. 1. (gram., Lit.) Repetição da mesma palavra no começo de duas ou mais frases consecutivas. 2. (Gram.) Referência a um termo enunciado anteriormente no discurso...] (Academia brasileira de letras. 2. ed. 2008, p. 136).
Fazendo um estudo sobre o texto e a construção de sentidos, facilmente se conclui que toda produção verbal é remissiva, ou seja, os sujeitos interlocutores fazem inferências a todo momento. Seria, portanto, a denotação de algum discurso em outras palavras e significados. A linguista Ingedore Koch (2011, p. 28) descreve que as "inferências constituem estratégias cognitivas (...) que permitem estabelecer a ponte entre o material linguístico presente na superfície textual e os conhecimentos prévios e/ou compartilhados dos parceiros da comunicação." Em outras palavras, é a capacidade de re(construir) os sentidos que o texto explicita. E isso é anáfora semântica, não propriamente da repetição idêntica das palavras, mas da nova roupagem das mesmas.
Leia mais em: KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 2011)
